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18 de Abril de 2024

Eike, empresta o carro para tirar uma onda ali no Baixo Gávea?

Entenda mais sobre o caso do juiz que jogou por água abaixo todo um procedimento judicial que vinha sendo exemplar.

Nesta semana temos acompanhado nos noticiários quase que uma coluna de fofocas sobre o caso do Juiz Flávio Roberto de Souza, que deliberadamente desobedecendo as regras processuais e também as regras morais que “ainda” substabelecem o agir e pensar em nossa sociedade, dirigiu um Porsche Cayenne fruto de mandado de apreensão em processo judicial, que visa a garantia do pagamento aos investidores das pirâmides construídas pelo império X. Como todos sabem este veículo é de propriedade do famoso ex-bilionário Eike Batista.

Dizemos que houve muita fofoca, pois inúmeras matérias indicaram somente a conduta no mínimo abusiva e despretensiosa com a ética e a moral, especialmente no atual momento do Brasil de escalada de escândalos em setores que sempre foram de menção honrosa para todos os brasileiros.

Em que pese a consideração de que errar é humano, neste caso o Sr. Dr. Juiz Federal não poderia ter agido com tal conduta, primeiramente pela imparcialidade do juiz no julgamento do processo. Para tanto, podemos dizer que o caráter de imparcialidade é sinônimo do órgão da jurisdição, ou seja, o juiz tem de se colocar entre as partes e acima delas para o regular julgamento.

Digamos que sobre tal princípio, por alguns doutrinadores denominado Princípio da Alheabilidade, o que importa dizer é que o juiz não poder ter ou demonstrar interesse pessoal em relação às partes ou tão quanto tirar proveito econômico do caso processual. Esta afirmativa é a garantia de um julgamento isento de pressões de qualquer ordem, que estará sujeito a lei e pressupostamente a efetividade do poder jurisdicional. (Totalmente aplicável ao caso)

Mas o que o juiz fez afinal de errado? Isso é crime? Só deu uma voltinha, o manobrista não faz isso no estacionamento?

Várias foram as afirmativas que as pessoas fizeram nos últimos dias, numa tentativa de compreensão do ato produzido pelo juiz. Contudo, conforme afirmamos ele é juiz, representante do poder público e enquanto cumprir tal papel, uma conduta como esta vem a caracterizar, o que chamamos de Abuso de Autoridade, em uma de suas condutas abusivas de poder, conforme detalhamos abaixo:

- O abuso de poder é matriz do qual surgem o excesso de poder ou o desvio de poder ou de finalidade. Importa dizer que o crime pode ser cometido pelo excesso de poder, caso em que o agente público vai além das suas funções. Também é tido como desvio de poder, quando o agente público comete ato contrário ao interesse público, indo em desacordo com o objetivo da Res pública (interesse público).

Entendemos que a conduta cometida se encaixa no desvio de poder, ou desvio de finalidade, encontra previsão expressa na Lei de Ação Popular (Lei nº 4.717/65), a qual, em seu art. 2º, parágrafo único, trata do desvio de finalidade como o vício nulificador do ato administrativo lesivo ao patrimônio público, e o considera caracterizado quando o agente pratica o ato visando fim diverso daquele previsto, explícita ou implicitamente, na regra de competência.

De fato, o Juiz deveria ter nomeado um depositário judicial (conforme previsão legal no CPC art. 665, IV), e não ter agido de modo a requerer por ofício ao DETRAN RJ para que os carros (Hilux e Porsche Cayenne) passassem a serem utilizados pela Justiça Federal. Péssimo exemplo, e tal circunstância só mostra o quão impregnado de más condutas está o Estado Brasileiro, pois, se um juiz federal que ganha R$23.997,00 e que com adicionais que podem variar de R$40 mil à R$150 mil (segundo informações do Sindicato dos Servidores da Justiça do Rio Grande do Sul), um salário mais do que formidável para os padrões brasileiros comete uma ação desonrosa desta maneira, como poderemos afirmar que o judiciário é o equilíbrio do Estado, o bastião da justiça?

De fato, devemos encarar que antes de uma reforma política, de uma reforma tributária, de uma reforma qualquer, devemos ter uma reforma do judiciário, pois não é possível existirem tantos cargos comissionados e tão poucos aprovados em concursos serem nomeados. Deveriam ser cargos pela meritocracia e não de confiança! Confiança de quem? Do povo brasileiro? Claramente que não! O judiciário é o menos transparente de todos os três poderes, agora a OAB deve não ficar somente na fala mais agir de fato! Os advogados e a população brasileira devem pensar em melhorar o estado brasileiro. Se eu ganho cem eu vivo com cem, não posso pensar em roubar para usufruir algo que não é meu. Ou vivemos assim ou então é melhor um estado de todos contra todos.

Lembramos que estamos disponíveis a esclarecer dúvidas que vocês venham a ter, para tanto deixamos nosso canal de contato através do e-mail: cezariodesouzajur@gmail.com

  • Sobre o autorTransparência e ética na defesa de seus interesses.
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53 Comentários

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"Acabei de receber importante ensinamento jurídico. Juiz passeando com carro apreendido: isso que se chama transitar em julgado." Flávio Dino

HHAHAHAHAHAHAHAAHAHAHAH continuar lendo

O juiz é responsável por dirigir os "autos" do processo. continuar lendo

Mera irregularidade, era apenas uma forma de auxílio-transporsche. continuar lendo

Num país serio, sairia algemado de dentro do Porsche e responderia o processo sem direito a liberdade em razão de suas prerrogativas.
Como estamos no Brasil, ele vai descer do Porsche da mesma forma como entrou e nada vai acontecer em razão de suas prerrogativas. Simples assim. continuar lendo

Gostei...kkkkkkkkk continuar lendo

kekeke!!!
Boa! Mas não nos precipitemos nas conclusões, pois o juiz, quem sabe?, não estava apenas levando serviço para casa? continuar lendo

kekeke!!!
Boa! Mas não precipitemos as conclusões, pois talvez esse juiz estivesse apenas levando serviço para casa...! continuar lendo

OAB deve AGIR?
Fala sério OAB é instituição mais pelega que conheço, o que interessa pra OAB é se tem alguém disposto a pagar os honorários...Essa instituição vê ser depenados de todos os lados e não faz nada, quanto maior a crise de corrupção mais seus advogados ganham e o circulo se perpetua... continuar lendo

Independente de exemplos e situações o papel do advogado e da OAB em face da tamanha importância que possuem é de realizar a cobrança e resguardar o interesse da sociedade e de seu cliente.

Não podemos generalizar questões supra levantadas, como de pagamento de honorários tal forma é o meio de sobrevivência de muitos advogados éticos e honestos que diariamente militam nos tribunais brasileiros.

A OAB, assim como todas as instituições brasileiras, padece de melhores pessoas resguardando seus interesses, mas de fato vem avançando. O pior é que temos o entendimento que assim como o de muitos advogados, que os maiores prejudicados com as atitudes e omissões da OAB, são os próprios advogados. Mas isso é assunto para outra publicação, e agradecemos pela participação. continuar lendo

Ridículo, nojento, vergonhoso, repugnante! Esses juízes estão conseguindo criar um sentimento generalizado de ojeriza à sua classe! Teria muita vergonha de ser juíza nesse momento! continuar lendo

É minha cara Natália, endosso suas palavras, diria mais; comparo o Brasil de hoje como o antigo Imperio Romano. Quem gosta de Historia com certeza, já leu o livro; Acensão e Queda do Império Romano. Estamos no final do Império que, infelizmente, custará muito caro aos brasileiros. Está tudo podre neste país, só faltam os bacanais do Nero!!!!!!!!!!!!!!!! continuar lendo

Verdadeiro abuso de poder! continuar lendo

Concordo, é o retrato do descaso do poder para o povo. continuar lendo